Fixação biológica de nitrogênio em soja com diferentes níveis de tolerância à seca

Resumo

Períodos de seca podem causar mudanças na condição fisiológica da soja [Glycine max (L.) Merr.] e a fixação biológica do nitrogênio (FBN) é um dos primeiros processos a serem prejudicados. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da restrição hídrica em genótipos de soja sobre atributos relativos à FBN visando selecionar genótipo(s) com FBN tolerante à seca. O experimento foi conduzido em condições controladas, em arranjo fatorial 5 × 2, com cinco genótipos (BRS 317, Jackson, R02-1325, R01-416F e R01-581F) em dois níveis de disponibilidade hídrica, condição úmida (80% da capacidade de campo, CC) e condição seca (30% da CC). A indução de seca teve início aos 33 dias após a semeadura, na floração, e foi mantida por 10, 22 e 42 dias. As avaliações foram: número e massa de nódulos secos; massa específica de nódulos; teores de ureídeos nos folíolos, pecíolos e nódulos; nitrogênio total nas folhas e, a massa de grãos por planta. A indução de restrição hídrica por 10 dias reduziu a nodulação em 30%, a massa de grãos em 35% para R02-1325 e R01-416F, e aumentou o teor de ureídeos nos nódulos em 72% e nos pecíolos em 90%. BRS 317, Jackson e R01-581F se destacaram quanto à exposição à seca por 10 dias; aos 22 dias, BRS 317 se destacou, enquanto os demais genótipos tiveram redução de 36% na massa de grãos, 40% na nodulação e ureídeos nos nódulos em 34%. A exposição à seca por 42 dias reduziu a nodulação em 46%, a massa de grãos em 44%, N foliar em 15%, ureídeos nos folíolos em 29 e em 35% nos pecíolos, com aumento de 136% de ureídeos nos nódulos. R02-1325 apresentou produção de grãos 30% maior que os demais genótipos em condição úmida e não diferiu das mais produtivas sob seca, indicando potencial como fonte de tolerância à seca em programas de melhoramento.